Quem não é professor demorou algum   tempo até perceber que algo vai podre no Ministério da Educação deste nosso país, desde   há uns anos para cá. Muitos pensavam que eram os professores que não   queriam trabalhar, que esta classe tinha demasiadas mordomias, ganhava   de mais e exagerava nas férias. Assim, de um instante para o outro   passámos (eu sou professor...) do oito para o oitenta, sem benefícios para os alunos ou para a   sociedade e com custos que iremos pagar bem caro nos próximos anos.
Hoje as pessoas começam a perceber que não é possível que o   Ministério da Educação continue a fazer tudo contra os seus reais   interesses, pensando apenas a curto prazo e tentando poupar cêntimos   (como por exemplo nos cargos de Directores de Escolas ou no   funcionamento de pequenas Escolas de 1º Ciclo) enquanto esbanja milhares   de milhões (na recuperação de Escolas Secundárias que até funcionavam   bem ou em computadores para alunos – e-escolas e Magalhães  – que são basicamente usados para brincar).
Agora é mais uma decisão errada,  contrariando promessas  eleitorais, que irá fechar imensas Escolas de 1º  Ciclo na nossa região,  bem como provocará a destruição  do Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves, que serve (e  bem) os alunos da nossa região, com uma recente  avaliação do próprio  Ministério da Educação o provou – ver AQUI.
É por isso que não nos irão vergar, até  porque falta respostas a algumas questões:
- O poder político local (Câmara Municipal e Junta de Freguesia) foi antecipadamente ouvido nesta decisão? E, se sim, qual foi a sua posição?
- A Escola de Vila Franca das Naves irá manter-se efectivamente aberta, com alunos até ao 9º Ano?
- Foram ouvidos os interessados na fusão (os docentes, alunos e funcionários das Escolas de Trancoso e de Vila Franca das Naves)? E, se sim, qual foi a sua posição sobre o assunto?
- Quem foi a inteligência que descobriu que se pode fazer um mega-agrupamento de Escolas que permita gerir correctamente realidades tão distantes e tão afastadas geograficamente como as de todas as Escolas do enorme concelho de Trancoso?
- Quanto tempo demorará a levar os alunos mais afastados do actual Agrupamento até Trancoso? E em que meio de transporte serão feitas essas viagens?
- Quem pagará as novas despesas decorrentes desta decisão precipitada e estúpida?
- Como se fará o transporte de alunos e professores em dias de neve, nevoeiro, tempestade ou sincelo?
- Quem irá arcar com as consequências de um investimento na actual Escola de Vila Franca das Naves que, provavelmente, daqui a uns anos, será mais elefante branco?
Finalmente há que recordar que o país  não existir se uma sua parcela de território foi simplesmente  abandonada, pelo esperamos que os nossos governantes tenham o bom senso  de desistir desta trapalhada antes que os habitantes da nossa região  tenham de dizer (e fazer…) de sua justiça.
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário