sexta-feira, março 02, 2007

As fotos do nosso Carnaval - V

Foi, de facto, fantástico, o nosso corso carnavalesco este ano...! Os nossos parabéns aos participantes, organizadores e às cabeças que pensaram tantas coisas e tão bonitas...!




As fotos do nosso Carnaval - IV




quinta-feira, março 01, 2007

As fotos do nosso Carnaval - III






As fotos do nosso Carnaval - II






As fotos do nosso Carnaval - I






Recorda a música de Fausto



Rosalinda



Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

a branca areia de ontem
está cheiinha de alcatrão
as dunas de vento batidas
são de plástico e carvão
e cheiram mal como avenidas
vieram para aqui fugidas
a lama a putrefacção
as aves já voam feridas
e outras caem ao chão

Mas na verdade Rosalinda
nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda
envenenado a desmaiar
o que mais há desta aridez
pois os que mandam no mundo
só vivem querendo ganhar
mesmo matando aquele
que morrendo vive a trabalhar
tem cuidado...

Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

Em Ferrel lá p´ra Peniche
vão fazer uma central
que para alguns é nuclear
mas para muitos é mortal
os peixes hão-de vir à mão
um doente outro sem vida
não tem vida o pescador
morre o sável e o salmão
isto é civilização
assim falou um senhor
tem cuidado



O barco vai de saída



O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora ou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador

Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida

Sem contar essa história escondida
Por servir de criado essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa


Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias

Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias

Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa


O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar

e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!

Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa



Atrás dos tempos

Eu pego na minha viola
e canto assim esta vida a correr
eu sei que é pouco e não consola
nem cozido à portuguesa há sequer
quem canta sempre se levanta
calados é que podemos cair
com vinho molha-se a garganta
se a lua nova está para subir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Eu sei de histórias verdadeiras
umas belas outras tristes de assombrar
do marinheiro morto em terra
em luta por melhor vida no mar
da velha criada despedida
que enlouqueceu e se pôs a cantar
e do trapeiro da avenida
mal dormido se pôs a ouvir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Sei vitórias e derrotas
nesta luta que vamos vencer
se quem trabalha não se esgota
tem seu salário sempre a descer
olha o polícia olha o talher
olha o preço da vida a subir
mas quem mal faz por mal espere
o tirano fez janela p´ra fugir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Mas esse tempo que há-de vir
não se espera como a noite espera o dia
nasce da força de braços e pernas em harmonia
já basta tanta desgraça
que a gente tem no peito a cair
não é do povo nem da raça
mas do modo como vês o porvir

Carnaval em Vila Franca das Naves

Enquanto não me chegam as fotos, que espero ansiosamente (ouvi dizer que o amigo Jorge Lucas tinha um carro interessantíssimo...), aqui fica uma descrição dos participantes no nosso Carnaval, feita, na primeira pessoa, pela nossa Presidente de Junta de Freguesia:

"Tivemos uma grande participação, com um corso carnavalesco muito grande.
Podemos salientar a Fanfarra dos Bombeiros de Gouveia, as Concertinas do Reboleiro, os Bombos de Rio de Moinhos, o ATL e Jardim de Infância de Vila Franca das Naves, as escolas EB 2.3 de Vila Franca das Naves e Profissional de Trancoso, o Grupo de Valdujo, Grupos de Animação de Rua, Carros alegóricos de Maçal da Ribeira, Moimentinha, Granja e, claro, os Carros das diversas ruas desta Vila."

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

1º de Fevereiro

Do Blog Geopedrados, com a devida vénia, retiramos o seguinte post, com poesia inédita de Pedro Luna:


Destino


Partiram, Pai e Filho,
trespassados por balas,
quando a Pátria lhes pedia tanto.
Ficou Manuel, sem saber o que o esperava...

Levaram-nos a Alma.
Prisioneiros, esperamos que Sebastião a devolva
em manhã de nevoeiro.

Nunca é a Hora?...

Cinco minutos dedicados à Terra - II

"Apagão" simbólico pode ser "mais um problema do que uma solução"
Ambientalistas da Quercus não vão aderir
01.02.2007 - 10h32 Ana Machado



Os cinco minutos de "apagão" simbólico marcados para hoje, às 18h55 (hora em Lisboa), em nome do clima do planeta, podem ser mais um problema do que uma solução, de acordo com a associação ambientalista Quercus.

Em declarações ao PUBLICO.PT, Francisco Ferreira afirma que, em termos práticos, a medida pode "provocar algum desequilíbrio na rede eléctrica", uma vez que a produção deve ser igual ao consumo: "Todo o sistema vai continuar a funcionar e durante cinco minutos isso vai ser ignorado, o que vai implicar desperdício de energia. Por isso esta medida é mais um problema do que uma solução".

A mesma explicação já tinha sido avançada ontem à agência Lusa por Amarante Santos, gestor de sistemas da Rede Eléctrica Nacional.

Para além das consequências práticas, Francisco Ferreira adianta que o significado filosófico da iniciativa, proposta pela organização francesa Aliança para o Planeta, não é eficaz: "Uma das principais medidas para combater o problema das alterações climáticas é reduzir o consumo de electricidade, mas essa redução tem de ser acompanhada pela prática de políticas de eficiência energética e, principalmente, de apoio às energias renováveis. E o sector que cresce mais continua ser o dos transportes".

A Quercus, bem como a rede europeia de associações ambientalistas a que pertence, não aderiu a esta iniciativa da Aliança para o Planeta. O mesmo foi decidido pela Greenpeace e pela WWF.

in Público - ver notícia

Cinco minutos dedicados à Terra...


A Aliança pelo Planeta (grupo francês de associações ambientalistas) lança um apelo simples a todos os cidadãos de se dedicarem por cinco minutos à Terra.

No dia 1 de Fevereiro todo o mundo apagará por 5 minutos suas lâmpadas e aparelhos eléctricos entre 19.55 e 20.00 horas.

Não se trata apenas de economizar electricidade nesse dia, mas também chamar a atenção da imprensa e daqueles que têm poder de decisão sobre o desperdício de energia e a urgência de agir! Cinco minutos de repouso para o Planeta Terra.

Não toma muito de nosso tempo, não custa nada, e isso mostrará (aos candidatos à presidência da França e também a outros candidatos e actuais presidentes de outros países) que a mudança climática é uma questão que deve ser levada em conta em qualquer decisão política.

Porque o dia 1 de Fevereiro? Neste dia será apresentado, na França, um relatório feito por um grupo de técnicos em climatologia da ONU. Os cidadãos não podem deixar escapar a ocasião para manifestarem sua opinião sobre a urgência com que deve ser tratada a mudança climática mundial.

Se todos participarem, esta acção poderá aparecer na imprensa e ter peso político. É bom que se faça circular ao máximo este apelo entre os nossos amigos, colegas e parentes...

http://www.amisdelaterre.org/Participez-a-la-plus-grande.html



NOTA: A hora portuguesa (do Continente) é das 18.55 e 19.00 horas.

domingo, janeiro 14, 2007

Vila Franca das Naves e o Xadrez


Há muitos anos, era uma criança, ganhei, por causa da minha irmã Maria Goreti e do amigo Luís Martins, o vício do Xadrez. Mas era um entre muitos na região, pois a antiga D.G.D. (Direcção Geral dos Desportos) através do Senhor Marino Ferreira, ensinou milhares de jovens das Escolas Primárias do distrito a jogar Xadrez (e muitas Escolas ficaram com belíssimos tabuleiros...).

Depois descobri que, em Vila Franca das Naves, éramos os suficientes para começar um clube de Xadrez. Assim, numa tarde, na minha casa, eu, Fernando Martins, o Miguel Madeira e o Rui Encarnação, depois de falarmos com os dirigentes da Casa do Povo, decidimos criar um clube e, depois de termos escolhido uma lista de nomes bonitos para o Clube, votámos democraticamente chamar-lhe Clube de Propaganda do Xadrez da Casa do Povo de Vila Franca das Naves (ou, simplesmente, C.P.X.C.P.V.F.N.).

Nascia assim mais um clube na terra, que durou cerca de 10 anos (até acabar a Casa do Povo...) que muitos títulos e prazeres deu aos seus membros - a presença, por diversas vezes, na 2ª Divisão Nacional, os quartos de final da Taça de Portugal, diversos títulos regionais, em todas as categoria, idas individuais a muitos campeonatos nacionais e muito mais, isto com um reduzidíssimo orçamento e muito bairrismo.

Depois da Casa do Povo acabar, a secção transitou (por um ano...) para o actual Clube da Terra (Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves) tendo morrido de morte natural, pois não foi acarinhada como é o futebol...

Numa das últimas conversas que tive com o Miguel pensei que o Xadrez iria renascer como Secção Desportiva dos Bombeiros, mas a sua morte impediu essa possibilidade.


Como persisti, no Desporto Escolar em Leiria, no Xadrez, penso que mais tarde ou mais cedo o Xadrez há-de renascer em Vila Franca e, se houver algum professor interessado, poderá ser pela via do Desporto Escolar, pelo que passo a divulgar a seguinte Acção de Formação de Xadrez, em Coimbra, nos dias 2 e 3 de Fevereiro, em Coimbra:

A ADE Xadrez de Coimbra (Associação Desportiva Escolar de Xadrez de Coimbra) vem, por este meio, convidar os professores interessados, a frequentar nos próximos dias 2 e 3 de Fevereiro de 2007, sexta e sábado, respectivamente, o Curso de Formação de Monitores de Xadrez - Desporto Escolar, que será ministrado pelo Árbitro Internacional Carlos Dias, organizado em conjunto pela nossa Associação e pela Coordenação do Desporto Escolar de Coimbra, com o apoio da Federação Portuguesa de Xadrez e da Associação de Xadrez de Leiria.

O referido Curso habilitará para a Formação de Núcleos de Xadrez na Escola na Área do Desporto Escolar, estando aberto ao número máximo de 15 formandos.

Informações e inscrições para José Carlos Vicente (964 491 717), jcvicente@simplesnet.pt.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Cometa visível...


Se olharem com atenção para poente vão ver um espectáculo raro: um cometa visível a olho nu (que saudades do Hale-Bopp, de 1997...). Trata-se do Cometa C/2006 P1 McNaught, que será visível apenas nos próximos dias.

Aqui fica uma carta celeste com a variação da sua posição (notação dos dias à americana...):



segunda-feira, janeiro 08, 2007

As Ruas de Vila Franca e o cantor Fausto

Recebi a seguinte carta, que muito agradeço, e que passo a citar, na íntegra:

Meu caro Fernando João:
Os meus votos de um 2007 à medida dos seus desejos. Parabéns ainda pelo "blog" criado, que é fundamentalíssimo para quem vive longe, perto e até na própria localidade. Um trabalho excelente feito com muita dedicação, manifestando-lhe o desejo que ele perdure por longos anos.
Junto envio o excerto da última Acta da Assembleia à qual presido, concernente às novas placas toponímicas que também já são matéria do "blog". Como depreenderá da sua leitura, ficou ponto assente que a Rua Fausto Bordalo Dias, bem como vários outros nomes sugeridos pela Comissão, não poderão ainda figurar, pelas razões apontadas.
Conclua-se, pois, que não houve qualquer má vontade por parte da Assembleia, e que nunca a citada rua foi considerada neste pacote como uma substituição à rua dos Caminhos de Ferro.
Sem mais,
Um abraço
Leonel Cruz

Excerto da Acta da Assembleia:
«No quarto ponto da ordem de trabalhos deu-se a conhecer a Comissão de Toponímia desta Vila, que é constituída por: Leonel Fernando da Costa Pinto Nunes Cruz; Carlos Alberto dos Santos; Fernanda Daniela Ferreira Sousa; Maria Alice Martins e António Gomes Rodrigues. A referida comissão realizou uma cuidada revisão dos nomes dados às cinquenta e cinco ruas desta vila e resolveu levar a proposta à Assembleia de Freguesia para mudança de nome de três destas ruas: a Rua do Sol, que continuará afinal com o mesmo nome por vontade dos seus habitantes; a Rua das Camélias que passaria a chamar-se Rua de S. João e a Rua Direita que passaria a chamar-se Rua José Rodrigues Joana (prestando assim homenagem a um grande Presidente da Junta que Vila Franca das Naves teve ). Os membros da Comissão expressam ainda a vontade de alterar o nome de mais algumas artérias, de modo a dar mais sentido às próprias ou de modo a homenagear pessoas de certo modo importantes. No entanto, por questões temporais e estruturais, estas modificações ficarão para mais tarde. A Assembleia aprovou por unanimidade as mudanças efectuadas pela actual Comissão de Toponímia.»


NOTA FINAL: Num regime democrático tem-se o direito de discordar, aceitando embora a vontade da maioria. O cantor (e milhentas coisas mais que, de facto, este grande Senhor é...) Fausto Bordalo Dias, merece uma excepção à regra (suponho que a regra seja não atribuir nomes de pessoas ainda vivas às ruas da terra). É um cantor ímpar, com um trabalho musical único e excepcional, bastando referir que foi o autor do LP duplo "Por este Rio Acima", que deveria ser a excepção à regra. Aqui fica a sugestão...

sábado, janeiro 06, 2007

Dia de Reis

Para comemorar o Dia de Reis, nada melhor do que publicar duas fotos de um pequeno Presépio, feito pelas mãos habilidosas do Senhor José Matos, o antigo Chefe da Estação de Vila Franca das Naves, actualmente reformado e a fazer pequenas maravilhas, usando pequenas ferramentas, as mãos, a habilidade e alguma madeira e outros produtos...


Para saberem um pouco mais do Senhor Matos, aconselhamos a leitura da seguinte notícia, retirada jornal on-line Urbi et Orbi.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Bloco pedunculado em Souropires


Este gigantesco bloco pedunculado de granito pode ser apreciado no centro de uma aldeia próxima, Souro Pires (ou Souropires - já vi ambas as grafias...), no concelho de Pinhel, onde também existe o antigo Solar dos Távoras. É um dos maiores e mais bonitos do nosso país...!

Fotos da Rua do Comércio

Estas fotos, tiradas em Dezembro de 2005, mostram a Rua do Comércio, agora com algumas Lojas importantes fechadas...



segunda-feira, janeiro 01, 2007

Casa que pertenceu a Manuel Leal

Na sequência de um post anterior, esta é a casa que Manuel Leal construiu em Vila Franca das Naves, que posteriormente vendeu a um genro e este vendeu ao Senhor Pimentel, estando agora à venda e sendo da viúva do último dono, a Senhora Dona Conceição Pimentel. Está situada na Rua do Comércio, em frente ao Mercado.

Placas toponímicas

A primeira, muito antiga e tradicional, está junto da Farmácia Pereira. A segunda, no Supermercado PontoFresco da família Lourenço, mostra a placa da Rua dos Caminhos de Ferro que eu, de fonte segura, pensava que se iria chamar Rua Fausto Bordalo Dias, nome de um conterrâneo cantor, poeta, compositor e um dos mais brilhantes músicos portugueses contemporâneos (ver aqui e aqui) filho de uma antiga professora primária que deu aulas a muitos vilafranquenses...


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Posto de Vendas da Adega Cooperativa

Aqui ficam duas fotos do Posto de Vendas da Adega Cooperativa de Vila Franca das Naves - ver site aqui - onde passo para comprar o nosso vinho... Desta vez levei os tradicionais garrafões de 5 litros, na versão moderna de pack, que conserva melhor o vinho e é bastante mais barata...!


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segunda-feira, dezembro 25, 2006

Boas Festas...!

Que os nossos leitores, nossos bloggers e aparentados tenham um Bom Natal e Próspero Ano Novo, são os nossos votos...!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Pedido de ajuda genealógico - II

Para o pedido de ajuda recebemos várias contribuições, que o Sr. Bernardo agradeceu e que nos autorizou a publicar:


1. E-mail
Contacte Talho Figueiredo, com o telefone 271886765, e terá notícias do falecido senhor Manuel Leal, por parte da mãe de Vitor Figueiredo,D. Teresinha.


Um abraço


Leonel Cruz


2. Comentário no Blog

Fernando:

Estou escrevendo para lhe enviar os meus parabéns, por todas as informações que nos são passadas pelo seu blog. Gosto muito de saber tudo o que aí se passa. Acho que sei mais o que se passa aí, do que os proprios habitantes (a maioria deles, já idosos, não tem acesso à internet). Vendo o caso desse menino: Bernardo Videira; comentando com minha mãe, ela logo se lembrou de Manuel Leal. Assim como ela,muitos se lembrarão, até mesmo seu pai e meus primos aí de Vila Franca.É só uma questão de se comunicarem e tudo virá à tona .Desejo tudo de bom à todos e muito obrigado por tudo o que nos passa. Saudades.
Guida, aqui de São Paulo, Brasil.


3. Carta manuscrita
Caro Senhor Bernardo Vieira:

Como nasci em Vila Franca das Naves em 1934, eu conheci o pai da sua avó (Manuel Leal) e 4 filhos, que eram:

- Dino (será que se chama Bernardo ou Bernardino por causa desse seu tio-avô…?), que emigrou para o Brasil e, consta-me, morreu relativamente novo;

- Odete Leal, solteira, professora primária, residente em Coimbra, falecida já depois de 2000;

- Fernanda Leal, também professora primária, falecida (talvez nos anos 80) casada com um importante industrial da venda de carros da Guarda (firma Matos e Prata), que me consta ter deixado 2 filhas;

- a Mariazinha (seria a sua avó…?), quase da minha idade, que me consta se terá formado na Universidade de Lisboa, onde me constou que vivia até há pouco tempo.

O seu bisavô era, na verdade, um grande comerciante, na área das madeiras e após um incêndio no armazém de madeiras (embora tendo o material segurado) optou por ir viver para a Guarda (embora mantendo o negócio em Vila Franca das Naves, com um bom gerente), tendo criado o mais famoso Café da Guarda, o Monteneve. Assim reconstruiu o armazém, manteve alguns empregados e ia lá regularmente. Eu já não conheci a esposa, D.ª Maria de Lurdes Braga, pois até fui várias vezes à sua casa (que ainda existe) com uma irmã mais velha, que era muito amiga da D.ª Odete. Recordo-me de era uma casa já com casa de banho, a única com essa modernidade na altura na nossa terra, o que muito me admirou.

O seu bisavô era um homem de ter vários negócios e várias mulheres (e, como percebeu, vários filhos, incluindo ilegítimos, sendo alguns não reconhecidos pelo pai…). Uma das suas filhas, de Maria da Piedade Santos, não reconhecida (não perfilhada) que ainda vive em Vila Franca das Naves, chama-se Aida (que era ajudada por algumas meias-irmãs…).

Antes do nascimento da sua avó e dos seus três irmãos, o seu pai tinha tido duas filhas, a primeira das quais (da qual não me lembro o nome) casou com Abílio Amado, da qual descende o Professor Doutor (de Direito) Leal Amado, da Universidade de Coimbra. Este Abílio Amado comprou a casa ao seu bisavô, estando hoje na posse de uma das melhores famílias da terra. Depois esse mesmo Abílio Amado veio para Coimbra, onde teve uma das melhores retrosarias da cidade. Tinha uma filha e um filho da minha idade (que faleceu em 2005), pai do Professor Doutor Leal Amado. A filha não sei se vivia em Coimbra ou em Lisboa. A outra filha do seu bisavô, da primeira mulher (a 2ª, antes da sua avó e dos seus 3 irmãos), vivia na Guarda (não sei se já faleceu) e era muito amiga da meia-irmã ilegítima, Aida, que ainda reside em Vila Franca das Naves.

Mais tarde, depois dos anos 50, esteve num Hotel nas Termas de S. Pedro do Sul, onde se juntou com uma empregada e da qual teve dois filhos, um chamado Luís, vindo mais tarde com ele, e filhos, para Vila Franca, viver numa casa que ainda lá tinha. Por volta de 65/70 voltou para S. Pedro de Sul com a companheira e filho mais novo (o mais velho estabeleceu-se na Guarda, onde tinha grandes negócios e acabou por falir). Teve um triste fim, pois foi abandonado pela companheira (trocado por outro) e, já cego, morreu na companhia do filho mais novo.

Mais alguma pergunta? Sempre me constou que ele (Manuel Leal) era (ou a esposa) da zona de Leiria ou Marinha Grande, tendo vinda para cá em negócios. Quanto ao apelido Braga, já não há cá na terra ninguém com esse nome…

Caso deseje mais informações, quando vier a Vila Franca das Naves venha falar comigo que eu lhe contarei de viva-voz o que sei e lhe apresentarei pessoas que sabem mais do que eu. Peça ao meu filho os meus contactos que ele fornecer-lhos-á.

Coimbra, 16.12.2006

Agostinho João d’Oliveira Martins


4. Resposta do Senhor Bernardo
Muito obrigado; a carta esclareceu-me muita coisa e lembrou-me o nome do irmão mais velho da minha avó, Dino! Diga ao seu pai que sim, a Mariazinha era a minha avó (Maria Georgette Leal). Diga também que Odete Leal morreu penso que em 1996, num lar em Condeixa, vítima em grande parte dos muitos remédios que começara a tomar muito nova e do coração.

Agora resta-me uma grande dúvida: de quem é filha, afinal, Maria Zulmira, meia-irmã da minha avó? E os filhos de Manuel Leal com a empregada do Hotel, são dois rapazes?? Alguém sabe deles???
Em relação à Aida, minha tia-avó, quero conhecê-la, hoje mesmo disse à minha mãe que nas férias da Páscoa irei aí sem falta. Por isso agradecia que me enviasse os seus contactos e também o da sua família. É claro que pode publicar a carta!!
Atenciosamente
Bernardo Galvão Videira


PS - É giro fazer a história da nossa terra desta forma, com o contributo de muitos. É esta a Vila Franca das Naves que eu amo e que quero que sempre exista...!


José Dias Coelho - 45 anos...!


Há 45 anos atrás, a 19 de Dezembro de 1961, a PIDE, assassinava a tiro, em pleno dia, numa rua de Lisboa, o pintor José Dias Coelho. Nascido bem perto da nossa terra (em Pinhel), certamente terá passado pela nossa zona muitas vezes.


Depois, o Zeca Afonso, quis recordar este senhor, numa belíssima canção que iremos recordar...

A Morte Saiu à Rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Um a gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação


Autoria (Letra e Música): Zeca Afonso

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Pedido de ajuda genealógico...

Recebemos o seguinte e-mail, que passamos a divulgar, para lhe poder responder:

Ex.mo Senhor:

Sei que não me conhece mas vou-me apresentar: chamo-me Bernardo Videira, 23 anos, vivo em Lisboa e ando em busca de dados sobre os antepassados da minha avó paterna, de seu nome Maria Georgette Leal: ela nasceu na sua terra, Vila Franca das Naves, em 1931 e faleceu em Lisboa, em 2000. Sei muito pouco sobre os antepassados dela, pois só recentemente comecei a interessar-me por Genealogia.

Sei que o pai dela se chamava Manuel Leal e era um homem algo abastado; a mãe dela era Maria de Lurdes Braga, faleceu muito nova, nos anos 30, sei que Maria de Lurdes Leal tinha dois irmãos mais velhos: um irmão que emigrou para o Brasil e uma irmã mais velha. Não sei se eles nasceram aí ou não; sei que depois o Manuel Leal foi viver para a Guarda, para a Praça da Sé; sei também que Manuel Leal viveu até à idade de 90 anos, e teve outras filhas de outras 2 mulheres. Parece que morreu em São Pedro do Sul, mas não estou certo disso...

A pergunta que lhe coloco é: será que alguém mais idoso aí da Vila se lembra deles? Será que alguém sabe mais algumas pistas?? Nomes completos, datas, informações, curiosidades... tudo seria bem vindo!!

Espero que me consiga obter alguma informação útil; tenho que ir aí brevemente, pois gostava de conhecer a terra, por motivos sentimentais, em relação à minha avó...; além disso tenho que pedir certidão da minha avó em Trancoso, onde aparecerão os nomes completos dos pais e avós dela.

Com os melhores cumprimentos, espero que me possa ajudar...
Bernardo Galvão Videira
bernardovideira(arroba)gmail.com
bernardovideira(arroba)hotmail.com

P.S. - Já agora, ainda haverá algum Braga aí na terra??


Será que alguém pode ajudar este descendente de vila-franquenses...? Respondam directamente ou mandem a resposta para o meu e-mail, que eu escrevo-lhe...
fjfom(arroba)hotmail.com


NOTA FINAL: Já recebemos algumas informações (que enviámos prontamente...) e temos novas dados, que o meu pai escreveu de memória, que também iremos passar para texto digitado e posterior e-mail, ao Senhor Bernardo. Se mais informações houver, serão benvindas...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

1º de Dezembro


Pátria



Não irás (nunca mais)

servir outros povos

ou outro Rei.

Não verterás teu sangue,

nem teus impostos,

para que Castela floresça.

Chegou a hora dos Braganças lutarem

por aquilo que lhes tinha sido prometido.



Outro João, como o Mestre de Avis,

irá tomar nas mãos a defesa de um Povo:

a nossa língua, costumes, territórios e a nossa Alma.

Já não aguentávamos mais estas algemas...



Quisemos...

Ganhámos.

Somos!


Pedro Luna (poema inédito)
Imagem: reprodução de mural de Jaime Martins Barata - ver aqui

quarta-feira, novembro 29, 2006

Conterrâneo lança livro de Poesia

Um habitante de Vila Franca das Naves, Carlos Alberto Rebelo Maia Gabriel, lançou um livro denominado " Meus Versos Memoriais ".

Uma agradável leitura, que a nossa Presidente de Junta aconselha....