quinta-feira, março 01, 2007

As fotos do nosso Carnaval - II






As fotos do nosso Carnaval - I






Recorda a música de Fausto



Rosalinda



Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

a branca areia de ontem
está cheiinha de alcatrão
as dunas de vento batidas
são de plástico e carvão
e cheiram mal como avenidas
vieram para aqui fugidas
a lama a putrefacção
as aves já voam feridas
e outras caem ao chão

Mas na verdade Rosalinda
nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda
envenenado a desmaiar
o que mais há desta aridez
pois os que mandam no mundo
só vivem querendo ganhar
mesmo matando aquele
que morrendo vive a trabalhar
tem cuidado...

Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

Em Ferrel lá p´ra Peniche
vão fazer uma central
que para alguns é nuclear
mas para muitos é mortal
os peixes hão-de vir à mão
um doente outro sem vida
não tem vida o pescador
morre o sável e o salmão
isto é civilização
assim falou um senhor
tem cuidado



O barco vai de saída



O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora ou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador

Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida

Sem contar essa história escondida
Por servir de criado essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa


Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias

Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias

Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa


O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar

e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!

Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa



Atrás dos tempos

Eu pego na minha viola
e canto assim esta vida a correr
eu sei que é pouco e não consola
nem cozido à portuguesa há sequer
quem canta sempre se levanta
calados é que podemos cair
com vinho molha-se a garganta
se a lua nova está para subir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Eu sei de histórias verdadeiras
umas belas outras tristes de assombrar
do marinheiro morto em terra
em luta por melhor vida no mar
da velha criada despedida
que enlouqueceu e se pôs a cantar
e do trapeiro da avenida
mal dormido se pôs a ouvir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Sei vitórias e derrotas
nesta luta que vamos vencer
se quem trabalha não se esgota
tem seu salário sempre a descer
olha o polícia olha o talher
olha o preço da vida a subir
mas quem mal faz por mal espere
o tirano fez janela p´ra fugir

que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Mas esse tempo que há-de vir
não se espera como a noite espera o dia
nasce da força de braços e pernas em harmonia
já basta tanta desgraça
que a gente tem no peito a cair
não é do povo nem da raça
mas do modo como vês o porvir

Carnaval em Vila Franca das Naves

Enquanto não me chegam as fotos, que espero ansiosamente (ouvi dizer que o amigo Jorge Lucas tinha um carro interessantíssimo...), aqui fica uma descrição dos participantes no nosso Carnaval, feita, na primeira pessoa, pela nossa Presidente de Junta de Freguesia:

"Tivemos uma grande participação, com um corso carnavalesco muito grande.
Podemos salientar a Fanfarra dos Bombeiros de Gouveia, as Concertinas do Reboleiro, os Bombos de Rio de Moinhos, o ATL e Jardim de Infância de Vila Franca das Naves, as escolas EB 2.3 de Vila Franca das Naves e Profissional de Trancoso, o Grupo de Valdujo, Grupos de Animação de Rua, Carros alegóricos de Maçal da Ribeira, Moimentinha, Granja e, claro, os Carros das diversas ruas desta Vila."

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

1º de Fevereiro

Do Blog Geopedrados, com a devida vénia, retiramos o seguinte post, com poesia inédita de Pedro Luna:


Destino


Partiram, Pai e Filho,
trespassados por balas,
quando a Pátria lhes pedia tanto.
Ficou Manuel, sem saber o que o esperava...

Levaram-nos a Alma.
Prisioneiros, esperamos que Sebastião a devolva
em manhã de nevoeiro.

Nunca é a Hora?...

Cinco minutos dedicados à Terra - II

"Apagão" simbólico pode ser "mais um problema do que uma solução"
Ambientalistas da Quercus não vão aderir
01.02.2007 - 10h32 Ana Machado



Os cinco minutos de "apagão" simbólico marcados para hoje, às 18h55 (hora em Lisboa), em nome do clima do planeta, podem ser mais um problema do que uma solução, de acordo com a associação ambientalista Quercus.

Em declarações ao PUBLICO.PT, Francisco Ferreira afirma que, em termos práticos, a medida pode "provocar algum desequilíbrio na rede eléctrica", uma vez que a produção deve ser igual ao consumo: "Todo o sistema vai continuar a funcionar e durante cinco minutos isso vai ser ignorado, o que vai implicar desperdício de energia. Por isso esta medida é mais um problema do que uma solução".

A mesma explicação já tinha sido avançada ontem à agência Lusa por Amarante Santos, gestor de sistemas da Rede Eléctrica Nacional.

Para além das consequências práticas, Francisco Ferreira adianta que o significado filosófico da iniciativa, proposta pela organização francesa Aliança para o Planeta, não é eficaz: "Uma das principais medidas para combater o problema das alterações climáticas é reduzir o consumo de electricidade, mas essa redução tem de ser acompanhada pela prática de políticas de eficiência energética e, principalmente, de apoio às energias renováveis. E o sector que cresce mais continua ser o dos transportes".

A Quercus, bem como a rede europeia de associações ambientalistas a que pertence, não aderiu a esta iniciativa da Aliança para o Planeta. O mesmo foi decidido pela Greenpeace e pela WWF.

in Público - ver notícia

Cinco minutos dedicados à Terra...


A Aliança pelo Planeta (grupo francês de associações ambientalistas) lança um apelo simples a todos os cidadãos de se dedicarem por cinco minutos à Terra.

No dia 1 de Fevereiro todo o mundo apagará por 5 minutos suas lâmpadas e aparelhos eléctricos entre 19.55 e 20.00 horas.

Não se trata apenas de economizar electricidade nesse dia, mas também chamar a atenção da imprensa e daqueles que têm poder de decisão sobre o desperdício de energia e a urgência de agir! Cinco minutos de repouso para o Planeta Terra.

Não toma muito de nosso tempo, não custa nada, e isso mostrará (aos candidatos à presidência da França e também a outros candidatos e actuais presidentes de outros países) que a mudança climática é uma questão que deve ser levada em conta em qualquer decisão política.

Porque o dia 1 de Fevereiro? Neste dia será apresentado, na França, um relatório feito por um grupo de técnicos em climatologia da ONU. Os cidadãos não podem deixar escapar a ocasião para manifestarem sua opinião sobre a urgência com que deve ser tratada a mudança climática mundial.

Se todos participarem, esta acção poderá aparecer na imprensa e ter peso político. É bom que se faça circular ao máximo este apelo entre os nossos amigos, colegas e parentes...

http://www.amisdelaterre.org/Participez-a-la-plus-grande.html



NOTA: A hora portuguesa (do Continente) é das 18.55 e 19.00 horas.

domingo, janeiro 14, 2007

Vila Franca das Naves e o Xadrez


Há muitos anos, era uma criança, ganhei, por causa da minha irmã Maria Goreti e do amigo Luís Martins, o vício do Xadrez. Mas era um entre muitos na região, pois a antiga D.G.D. (Direcção Geral dos Desportos) através do Senhor Marino Ferreira, ensinou milhares de jovens das Escolas Primárias do distrito a jogar Xadrez (e muitas Escolas ficaram com belíssimos tabuleiros...).

Depois descobri que, em Vila Franca das Naves, éramos os suficientes para começar um clube de Xadrez. Assim, numa tarde, na minha casa, eu, Fernando Martins, o Miguel Madeira e o Rui Encarnação, depois de falarmos com os dirigentes da Casa do Povo, decidimos criar um clube e, depois de termos escolhido uma lista de nomes bonitos para o Clube, votámos democraticamente chamar-lhe Clube de Propaganda do Xadrez da Casa do Povo de Vila Franca das Naves (ou, simplesmente, C.P.X.C.P.V.F.N.).

Nascia assim mais um clube na terra, que durou cerca de 10 anos (até acabar a Casa do Povo...) que muitos títulos e prazeres deu aos seus membros - a presença, por diversas vezes, na 2ª Divisão Nacional, os quartos de final da Taça de Portugal, diversos títulos regionais, em todas as categoria, idas individuais a muitos campeonatos nacionais e muito mais, isto com um reduzidíssimo orçamento e muito bairrismo.

Depois da Casa do Povo acabar, a secção transitou (por um ano...) para o actual Clube da Terra (Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves) tendo morrido de morte natural, pois não foi acarinhada como é o futebol...

Numa das últimas conversas que tive com o Miguel pensei que o Xadrez iria renascer como Secção Desportiva dos Bombeiros, mas a sua morte impediu essa possibilidade.


Como persisti, no Desporto Escolar em Leiria, no Xadrez, penso que mais tarde ou mais cedo o Xadrez há-de renascer em Vila Franca e, se houver algum professor interessado, poderá ser pela via do Desporto Escolar, pelo que passo a divulgar a seguinte Acção de Formação de Xadrez, em Coimbra, nos dias 2 e 3 de Fevereiro, em Coimbra:

A ADE Xadrez de Coimbra (Associação Desportiva Escolar de Xadrez de Coimbra) vem, por este meio, convidar os professores interessados, a frequentar nos próximos dias 2 e 3 de Fevereiro de 2007, sexta e sábado, respectivamente, o Curso de Formação de Monitores de Xadrez - Desporto Escolar, que será ministrado pelo Árbitro Internacional Carlos Dias, organizado em conjunto pela nossa Associação e pela Coordenação do Desporto Escolar de Coimbra, com o apoio da Federação Portuguesa de Xadrez e da Associação de Xadrez de Leiria.

O referido Curso habilitará para a Formação de Núcleos de Xadrez na Escola na Área do Desporto Escolar, estando aberto ao número máximo de 15 formandos.

Informações e inscrições para José Carlos Vicente (964 491 717), jcvicente@simplesnet.pt.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Cometa visível...


Se olharem com atenção para poente vão ver um espectáculo raro: um cometa visível a olho nu (que saudades do Hale-Bopp, de 1997...). Trata-se do Cometa C/2006 P1 McNaught, que será visível apenas nos próximos dias.

Aqui fica uma carta celeste com a variação da sua posição (notação dos dias à americana...):



segunda-feira, janeiro 08, 2007

As Ruas de Vila Franca e o cantor Fausto

Recebi a seguinte carta, que muito agradeço, e que passo a citar, na íntegra:

Meu caro Fernando João:
Os meus votos de um 2007 à medida dos seus desejos. Parabéns ainda pelo "blog" criado, que é fundamentalíssimo para quem vive longe, perto e até na própria localidade. Um trabalho excelente feito com muita dedicação, manifestando-lhe o desejo que ele perdure por longos anos.
Junto envio o excerto da última Acta da Assembleia à qual presido, concernente às novas placas toponímicas que também já são matéria do "blog". Como depreenderá da sua leitura, ficou ponto assente que a Rua Fausto Bordalo Dias, bem como vários outros nomes sugeridos pela Comissão, não poderão ainda figurar, pelas razões apontadas.
Conclua-se, pois, que não houve qualquer má vontade por parte da Assembleia, e que nunca a citada rua foi considerada neste pacote como uma substituição à rua dos Caminhos de Ferro.
Sem mais,
Um abraço
Leonel Cruz

Excerto da Acta da Assembleia:
«No quarto ponto da ordem de trabalhos deu-se a conhecer a Comissão de Toponímia desta Vila, que é constituída por: Leonel Fernando da Costa Pinto Nunes Cruz; Carlos Alberto dos Santos; Fernanda Daniela Ferreira Sousa; Maria Alice Martins e António Gomes Rodrigues. A referida comissão realizou uma cuidada revisão dos nomes dados às cinquenta e cinco ruas desta vila e resolveu levar a proposta à Assembleia de Freguesia para mudança de nome de três destas ruas: a Rua do Sol, que continuará afinal com o mesmo nome por vontade dos seus habitantes; a Rua das Camélias que passaria a chamar-se Rua de S. João e a Rua Direita que passaria a chamar-se Rua José Rodrigues Joana (prestando assim homenagem a um grande Presidente da Junta que Vila Franca das Naves teve ). Os membros da Comissão expressam ainda a vontade de alterar o nome de mais algumas artérias, de modo a dar mais sentido às próprias ou de modo a homenagear pessoas de certo modo importantes. No entanto, por questões temporais e estruturais, estas modificações ficarão para mais tarde. A Assembleia aprovou por unanimidade as mudanças efectuadas pela actual Comissão de Toponímia.»


NOTA FINAL: Num regime democrático tem-se o direito de discordar, aceitando embora a vontade da maioria. O cantor (e milhentas coisas mais que, de facto, este grande Senhor é...) Fausto Bordalo Dias, merece uma excepção à regra (suponho que a regra seja não atribuir nomes de pessoas ainda vivas às ruas da terra). É um cantor ímpar, com um trabalho musical único e excepcional, bastando referir que foi o autor do LP duplo "Por este Rio Acima", que deveria ser a excepção à regra. Aqui fica a sugestão...

sábado, janeiro 06, 2007

Dia de Reis

Para comemorar o Dia de Reis, nada melhor do que publicar duas fotos de um pequeno Presépio, feito pelas mãos habilidosas do Senhor José Matos, o antigo Chefe da Estação de Vila Franca das Naves, actualmente reformado e a fazer pequenas maravilhas, usando pequenas ferramentas, as mãos, a habilidade e alguma madeira e outros produtos...


Para saberem um pouco mais do Senhor Matos, aconselhamos a leitura da seguinte notícia, retirada jornal on-line Urbi et Orbi.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Bloco pedunculado em Souropires


Este gigantesco bloco pedunculado de granito pode ser apreciado no centro de uma aldeia próxima, Souro Pires (ou Souropires - já vi ambas as grafias...), no concelho de Pinhel, onde também existe o antigo Solar dos Távoras. É um dos maiores e mais bonitos do nosso país...!

Fotos da Rua do Comércio

Estas fotos, tiradas em Dezembro de 2005, mostram a Rua do Comércio, agora com algumas Lojas importantes fechadas...



segunda-feira, janeiro 01, 2007

Casa que pertenceu a Manuel Leal

Na sequência de um post anterior, esta é a casa que Manuel Leal construiu em Vila Franca das Naves, que posteriormente vendeu a um genro e este vendeu ao Senhor Pimentel, estando agora à venda e sendo da viúva do último dono, a Senhora Dona Conceição Pimentel. Está situada na Rua do Comércio, em frente ao Mercado.

Placas toponímicas

A primeira, muito antiga e tradicional, está junto da Farmácia Pereira. A segunda, no Supermercado PontoFresco da família Lourenço, mostra a placa da Rua dos Caminhos de Ferro que eu, de fonte segura, pensava que se iria chamar Rua Fausto Bordalo Dias, nome de um conterrâneo cantor, poeta, compositor e um dos mais brilhantes músicos portugueses contemporâneos (ver aqui e aqui) filho de uma antiga professora primária que deu aulas a muitos vilafranquenses...


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Posto de Vendas da Adega Cooperativa

Aqui ficam duas fotos do Posto de Vendas da Adega Cooperativa de Vila Franca das Naves - ver site aqui - onde passo para comprar o nosso vinho... Desta vez levei os tradicionais garrafões de 5 litros, na versão moderna de pack, que conserva melhor o vinho e é bastante mais barata...!


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segunda-feira, dezembro 25, 2006

Boas Festas...!

Que os nossos leitores, nossos bloggers e aparentados tenham um Bom Natal e Próspero Ano Novo, são os nossos votos...!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Pedido de ajuda genealógico - II

Para o pedido de ajuda recebemos várias contribuições, que o Sr. Bernardo agradeceu e que nos autorizou a publicar:


1. E-mail
Contacte Talho Figueiredo, com o telefone 271886765, e terá notícias do falecido senhor Manuel Leal, por parte da mãe de Vitor Figueiredo,D. Teresinha.


Um abraço


Leonel Cruz


2. Comentário no Blog

Fernando:

Estou escrevendo para lhe enviar os meus parabéns, por todas as informações que nos são passadas pelo seu blog. Gosto muito de saber tudo o que aí se passa. Acho que sei mais o que se passa aí, do que os proprios habitantes (a maioria deles, já idosos, não tem acesso à internet). Vendo o caso desse menino: Bernardo Videira; comentando com minha mãe, ela logo se lembrou de Manuel Leal. Assim como ela,muitos se lembrarão, até mesmo seu pai e meus primos aí de Vila Franca.É só uma questão de se comunicarem e tudo virá à tona .Desejo tudo de bom à todos e muito obrigado por tudo o que nos passa. Saudades.
Guida, aqui de São Paulo, Brasil.


3. Carta manuscrita
Caro Senhor Bernardo Vieira:

Como nasci em Vila Franca das Naves em 1934, eu conheci o pai da sua avó (Manuel Leal) e 4 filhos, que eram:

- Dino (será que se chama Bernardo ou Bernardino por causa desse seu tio-avô…?), que emigrou para o Brasil e, consta-me, morreu relativamente novo;

- Odete Leal, solteira, professora primária, residente em Coimbra, falecida já depois de 2000;

- Fernanda Leal, também professora primária, falecida (talvez nos anos 80) casada com um importante industrial da venda de carros da Guarda (firma Matos e Prata), que me consta ter deixado 2 filhas;

- a Mariazinha (seria a sua avó…?), quase da minha idade, que me consta se terá formado na Universidade de Lisboa, onde me constou que vivia até há pouco tempo.

O seu bisavô era, na verdade, um grande comerciante, na área das madeiras e após um incêndio no armazém de madeiras (embora tendo o material segurado) optou por ir viver para a Guarda (embora mantendo o negócio em Vila Franca das Naves, com um bom gerente), tendo criado o mais famoso Café da Guarda, o Monteneve. Assim reconstruiu o armazém, manteve alguns empregados e ia lá regularmente. Eu já não conheci a esposa, D.ª Maria de Lurdes Braga, pois até fui várias vezes à sua casa (que ainda existe) com uma irmã mais velha, que era muito amiga da D.ª Odete. Recordo-me de era uma casa já com casa de banho, a única com essa modernidade na altura na nossa terra, o que muito me admirou.

O seu bisavô era um homem de ter vários negócios e várias mulheres (e, como percebeu, vários filhos, incluindo ilegítimos, sendo alguns não reconhecidos pelo pai…). Uma das suas filhas, de Maria da Piedade Santos, não reconhecida (não perfilhada) que ainda vive em Vila Franca das Naves, chama-se Aida (que era ajudada por algumas meias-irmãs…).

Antes do nascimento da sua avó e dos seus três irmãos, o seu pai tinha tido duas filhas, a primeira das quais (da qual não me lembro o nome) casou com Abílio Amado, da qual descende o Professor Doutor (de Direito) Leal Amado, da Universidade de Coimbra. Este Abílio Amado comprou a casa ao seu bisavô, estando hoje na posse de uma das melhores famílias da terra. Depois esse mesmo Abílio Amado veio para Coimbra, onde teve uma das melhores retrosarias da cidade. Tinha uma filha e um filho da minha idade (que faleceu em 2005), pai do Professor Doutor Leal Amado. A filha não sei se vivia em Coimbra ou em Lisboa. A outra filha do seu bisavô, da primeira mulher (a 2ª, antes da sua avó e dos seus 3 irmãos), vivia na Guarda (não sei se já faleceu) e era muito amiga da meia-irmã ilegítima, Aida, que ainda reside em Vila Franca das Naves.

Mais tarde, depois dos anos 50, esteve num Hotel nas Termas de S. Pedro do Sul, onde se juntou com uma empregada e da qual teve dois filhos, um chamado Luís, vindo mais tarde com ele, e filhos, para Vila Franca, viver numa casa que ainda lá tinha. Por volta de 65/70 voltou para S. Pedro de Sul com a companheira e filho mais novo (o mais velho estabeleceu-se na Guarda, onde tinha grandes negócios e acabou por falir). Teve um triste fim, pois foi abandonado pela companheira (trocado por outro) e, já cego, morreu na companhia do filho mais novo.

Mais alguma pergunta? Sempre me constou que ele (Manuel Leal) era (ou a esposa) da zona de Leiria ou Marinha Grande, tendo vinda para cá em negócios. Quanto ao apelido Braga, já não há cá na terra ninguém com esse nome…

Caso deseje mais informações, quando vier a Vila Franca das Naves venha falar comigo que eu lhe contarei de viva-voz o que sei e lhe apresentarei pessoas que sabem mais do que eu. Peça ao meu filho os meus contactos que ele fornecer-lhos-á.

Coimbra, 16.12.2006

Agostinho João d’Oliveira Martins


4. Resposta do Senhor Bernardo
Muito obrigado; a carta esclareceu-me muita coisa e lembrou-me o nome do irmão mais velho da minha avó, Dino! Diga ao seu pai que sim, a Mariazinha era a minha avó (Maria Georgette Leal). Diga também que Odete Leal morreu penso que em 1996, num lar em Condeixa, vítima em grande parte dos muitos remédios que começara a tomar muito nova e do coração.

Agora resta-me uma grande dúvida: de quem é filha, afinal, Maria Zulmira, meia-irmã da minha avó? E os filhos de Manuel Leal com a empregada do Hotel, são dois rapazes?? Alguém sabe deles???
Em relação à Aida, minha tia-avó, quero conhecê-la, hoje mesmo disse à minha mãe que nas férias da Páscoa irei aí sem falta. Por isso agradecia que me enviasse os seus contactos e também o da sua família. É claro que pode publicar a carta!!
Atenciosamente
Bernardo Galvão Videira


PS - É giro fazer a história da nossa terra desta forma, com o contributo de muitos. É esta a Vila Franca das Naves que eu amo e que quero que sempre exista...!


José Dias Coelho - 45 anos...!


Há 45 anos atrás, a 19 de Dezembro de 1961, a PIDE, assassinava a tiro, em pleno dia, numa rua de Lisboa, o pintor José Dias Coelho. Nascido bem perto da nossa terra (em Pinhel), certamente terá passado pela nossa zona muitas vezes.


Depois, o Zeca Afonso, quis recordar este senhor, numa belíssima canção que iremos recordar...

A Morte Saiu à Rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Um a gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação


Autoria (Letra e Música): Zeca Afonso

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Pedido de ajuda genealógico...

Recebemos o seguinte e-mail, que passamos a divulgar, para lhe poder responder:

Ex.mo Senhor:

Sei que não me conhece mas vou-me apresentar: chamo-me Bernardo Videira, 23 anos, vivo em Lisboa e ando em busca de dados sobre os antepassados da minha avó paterna, de seu nome Maria Georgette Leal: ela nasceu na sua terra, Vila Franca das Naves, em 1931 e faleceu em Lisboa, em 2000. Sei muito pouco sobre os antepassados dela, pois só recentemente comecei a interessar-me por Genealogia.

Sei que o pai dela se chamava Manuel Leal e era um homem algo abastado; a mãe dela era Maria de Lurdes Braga, faleceu muito nova, nos anos 30, sei que Maria de Lurdes Leal tinha dois irmãos mais velhos: um irmão que emigrou para o Brasil e uma irmã mais velha. Não sei se eles nasceram aí ou não; sei que depois o Manuel Leal foi viver para a Guarda, para a Praça da Sé; sei também que Manuel Leal viveu até à idade de 90 anos, e teve outras filhas de outras 2 mulheres. Parece que morreu em São Pedro do Sul, mas não estou certo disso...

A pergunta que lhe coloco é: será que alguém mais idoso aí da Vila se lembra deles? Será que alguém sabe mais algumas pistas?? Nomes completos, datas, informações, curiosidades... tudo seria bem vindo!!

Espero que me consiga obter alguma informação útil; tenho que ir aí brevemente, pois gostava de conhecer a terra, por motivos sentimentais, em relação à minha avó...; além disso tenho que pedir certidão da minha avó em Trancoso, onde aparecerão os nomes completos dos pais e avós dela.

Com os melhores cumprimentos, espero que me possa ajudar...
Bernardo Galvão Videira
bernardovideira(arroba)gmail.com
bernardovideira(arroba)hotmail.com

P.S. - Já agora, ainda haverá algum Braga aí na terra??


Será que alguém pode ajudar este descendente de vila-franquenses...? Respondam directamente ou mandem a resposta para o meu e-mail, que eu escrevo-lhe...
fjfom(arroba)hotmail.com


NOTA FINAL: Já recebemos algumas informações (que enviámos prontamente...) e temos novas dados, que o meu pai escreveu de memória, que também iremos passar para texto digitado e posterior e-mail, ao Senhor Bernardo. Se mais informações houver, serão benvindas...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

1º de Dezembro


Pátria



Não irás (nunca mais)

servir outros povos

ou outro Rei.

Não verterás teu sangue,

nem teus impostos,

para que Castela floresça.

Chegou a hora dos Braganças lutarem

por aquilo que lhes tinha sido prometido.



Outro João, como o Mestre de Avis,

irá tomar nas mãos a defesa de um Povo:

a nossa língua, costumes, territórios e a nossa Alma.

Já não aguentávamos mais estas algemas...



Quisemos...

Ganhámos.

Somos!


Pedro Luna (poema inédito)
Imagem: reprodução de mural de Jaime Martins Barata - ver aqui

quarta-feira, novembro 29, 2006

Conterrâneo lança livro de Poesia

Um habitante de Vila Franca das Naves, Carlos Alberto Rebelo Maia Gabriel, lançou um livro denominado " Meus Versos Memoriais ".

Uma agradável leitura, que a nossa Presidente de Junta aconselha....

Livro sobre Artes e Profissões antigas


No âmbito do Programa Sócrates "Geração Interculturas", em que participaram duas Vilas Francas de Portugal, duas de Espanha e duas de Itália, foi elaborado um livro por três elementos da Assembleia de Freguesia, cujo projecto se denomina Inter - Gerações /Cultura "Alfabetização através da Memória". Neste livro são dados a conhecer artes e profissões antigas, nomeadamente três ofícios: o Correeiro, o Ferrador e o Escultor de Madeiras.

Quem estiver interessado em adquirir um exemplar, pode dirigir-se à Junta de Freguesia.



Nomes novos de Ruas

Em deliberação tomada na sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de 14 de Setembro de 2006, depois de ouvida a Comissão de Toponímia, foram alterados alguns nomes de Ruas de Vila Franca das Naves. Assim:
  • Largo de S.Pedro passou a designar-se Largo Miguel Madeira;
  • Rua Direita passou a designar-se Rua José Rodrigues Joana;
  • Rua das Camélias passou a designar-se Rua de S. João.


segunda-feira, novembro 20, 2006

A Feira de S. Martinho - 2006




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Novas placas toponímicas

Da amiga Lina recebi, em boa hora, a informação de há novas placas (de que, pelo que vejo na fotografia, gosto bastante...) de ruas e que o Largo de S. Pedro se passou a chamar Largo Miguel Madeira...

Ainda bem que o Miguel ficará sempre no meio da nossa terra, para além de ficar no nosso coração e na nossa saudade.

Obrigado Lina!


quarta-feira, novembro 08, 2006

Carta da Presidente da Junta de Vila Franca


De uma querida amiga e conterrânea recebemos a seguinte carta, que nos alegra e, com certeza, irá alegrar os leitores do Blog...
Olá Fernando!

Quero felicitar-te pelo excelente serviço que prestas a esta nossa comunidade Vila Franquense através do teu blog!!
Em breve esperamos ter um site, ainda que amador, para a Junta de Freguesia.
Se for do teu interesse sempre que tivermos notícias posso envia-las.

Por exemplo, se quiseres divulgar o email da Junta, é:
fregvfnaves-adsl@interacesso.pt

Um abraço

Adelina Ferreira Vaz
PS - Agradecemos a atenção da Presidente da nossa Junta... Cá ficamos à espera do site da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves, disponibilizando-nos para ajudar na sua elaboração e manutenção...

terça-feira, novembro 07, 2006

O homicida do Miguel foi finalmente condenado

Dos media retirámos as seguintes notícias:

Homicida de autarca de Vila Franca Naves condenado a 16 anos e três meses de prisão
06.11.2006 - 19h25 Lusa

O Tribunal de Trancoso condenou hoje a 16 anos e três meses de prisão o homicida do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves, Miguel Madeira.

João de Castro Loureiro foi condenado a 16 anos de cadeia pela prática de um crime de homicídio qualificado e a sete meses de prisão por um crime de detenção ilegal de arma, mas em cúmulo jurídico o colectivo de juízes condenou-o a 16 anos e três meses. O arguido foi também condenado a pagar uma indemnização de 100 mil euros por danos não patrimoniais aos pais da vítima.

A sessão ficou marcada pela presença junto ao tribunal de um forte dispositivo da GNR, que revistou todas as pessoas que tiveram acesso à sala de audiências.

Durante a leitura da sentença, o juiz que presidiu ao colectivo, Heitor Osório, referiu que o arguido "agiu com frieza de ânimo" e "actuou com reflexão sobre os meios usados".

Numa única sessão do julgamento, realizada no dia 16 de Outubro, o tribunal ouviu todas as testemunhas de acusação e de defesa e as alegações finais.

O caso remonta a 27 de Setembro de 2005. O homicídio do autarca ocorreu quando este se encontrava em funções a retirar umas pedras que impediam o acesso a um estacionamento público junto à casa do agressor.

in Público


Homicida de autarca condenado a 16 anos e três meses de prisão

João de Castro Loureiro foi condenado a 16 anos e três meses de prisão pelo homicídio do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves, Miguel Madeira, a 27 de Setembro de 2005.

O arguido foi condenado a 16 anos de cadeia pela prática de um crime de homicídio qualificado e a sete meses de prisão por um crime de detenção ilegal de arma, mas em cúmulo jurídico o colectivo de juízes condenou-o a 16 anos e três meses considerando que este "agiu com frieza de ânimo" e "actuou com reflexão sobre os meios usados".

Além da pena de prisão atribuída, João Loureiro, de 68 anos, vai ter de pagar ainda uma indemnização de 100 mil euros por danos não patrimoniais aos pais da vítima. O autarca foi assassinado com dois tiros de caçadeira depois de se ter dirigido à casa do arguido para retirar umas pedras num parque de estacionamento público do qual Loureiro se teria “apropriado indevidamente”.

in Correio da Manhã


Homicida de presidente de Junta condenado
João de Castro Loureiro vai cumprir 16 anos de cadeia pela prática de um crime de homicídio qualificado e a sete meses de prisão por um crime de detenção ilegal de arma

O Tribunal de Trancoso condenou hoje a 16 anos e três meses de prisão João de Castro Loureiro, acusado da morte do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves.

O arguido foi condenado a 16 anos de cadeia pela prática de um crime de homicídio qualificado e a sete meses de prisão por um crime de detenção ilegal de arma, mas em cúmulo jurídico o colectivo de juízes condenou-o a 16 anos e três meses.

O homicida foi também condenado a pagar uma indemnização de 100 mil euros por danos não patrimoniais aos pais da vítima.

A sessão ficou marcada pela presença junto ao tribunal de um forte dispositivo da GNR, que revistou todas as pessoas que tiveram acesso à sala de audiências.

Durante a leitura da sentença, o juiz que presidiu ao colectivo, Heitor Osório, referiu que o arguido "agiu com frieza de ânimo" e "actuou com reflexão sobre os meios usados".

Após a leitura da sentença, o advogado do arguido, Aníbal Pereira, afirmou que "o recurso não é uma certeza, mas é uma possibilidade".

"Vou analisar o acórdão e depois vejo. Há uma série de coisas que preciso de ver e depois decido", disse, referindo-se a um eventual recurso da sentença.

Por sua vez, o advogado que representou os pais da vítima, Manuel Baptista Rodrigues, afirmou pensar "que o tribunal fez a ponderação adequada face a todas as circunstâncias" adiantando que vai falar com os clientes, mas em principio não irá recorrer da decisão relativa à indemnização.

Manuel Rodrigues defendeu no entanto que o colectivo de juízes poderia ter aplicado uma pena mais pesada, se quisesse "mostrar ao povo uma pena exemplar" e "por causa da prevenção geral" deste tipo de crime.

"Face à enormidade do crime o povo gostaria de ver a pena máxima. No entanto o tribunal, que não funciona com as mesas motivações que o povo, entendeu fazer justiça de uma forma adequada, tendo em conta um conjunto de motivações e a cultura do próprio arguido", concluiu.

Numa única sessão do julgamento, realizada no dia 16 de Outubro, o Tribunal ouviu todas as testemunhas de acusação e de defesa e as alegações finais.

João de Castro Loureiro, residente em Vila Franca das Naves, assassinou a 27 de Setembro de 2005 o presidente da Junta de Freguesia, Miguel Madeira, de 37 anos.

O homicídio do autarca ocorreu quando este se encontrava em funções a retirar umas pedras que impediam o acesso a um estacionamento público junto à casa do agressor.

in Jornal de Notícias

quinta-feira, novembro 02, 2006

O Julgamento do presumível homicida do Miguel

Para memória futura, embora remexer neste assuntos custe um pouco, aqui fica uma súmula das notícias publicadas nos media:


Homicídio do autarca Miguel Madeira começa hoje a ser julgado
O presumível homicida do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves começa hoje a ser julgado no Tribunal de Trancoso.

João de Castro Loureiro, um ex-emigrante de 60 anos, senta-se no banco dos réus acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado (que tem uma moldura penal de entre 12 e 25 anos de prisão) e um crime de detenção ilegal de arma (sujeito a pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias).

O homicídio do autarca Miguel Madeira, 37 anos, ocorreu a 27 de Setembro do ano passado, quando o autarca se encontrava em funções, a proceder à remoção de umas pedras que impediam o estacionamento num espaço público nas proximidades da residência do alegado homicida.

João de Castro Loureiro, que está detido preventivamente no estabelecimento Prisional da Guarda, é acusado de ter disparado dois tiros que provocaram a morte do autarca.

Os pais de Miguel Madeira, que no julgamento serão representados pelos advogados Manuel Baptista Rodrigues e Nuno Albuquerque, avançaram também com um pedido de indemnização no valor de mais de 120 mil euros, que reclamam do arguido.

João de Castro Loureiro é defendido em Tribunal pelo advogado Aníbal Pereira.

O processo arrola um total de dezanove testemunhas, sendo seis de acusação pública, quatro de defesa e nove relacionadas com o pedido cível deduzido pelos familiares da vítima.

A primeira sessão do julgamento está marcada para as 10:00 de hoje e a segunda foi agendada para a mesma hora do dia 31.

Diário Digital / Lusa

16-10-2006 5:41:00

in Diário Digital - ver notícia


Julgamento do homicidio de Miguel Madeira
O presumível homicida do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves começou a ser julgado esta manhã no Tribunal de Trancoso. O indivíduo entrou pelas traseiras do tribunal cerca das 10h35.

Todas as pessoas que pretendiam entrar na sala de audiência foram revistadas pela GNR que também usou um detector de metais. Segundo o comandante do destacamento, capitão Lourenço, foi mobilizado para o tribunal o efectivo necessário para a situação.

oão Castro Loureiro, um ex-emigrante de 60 anos, senta-se no banco dos réus acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado (que tem uma moldura penal de entre 12 e 25 anos de prisão) e um crime de posse ilegal de armas (sujeito a pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias).

O homicídio do autarca Miguel Madeira, de 37 anos, ocorreu a 27 de Setembro de 2005, quando a vítima se encontrava em funções, a proceder à remoção de umas pedras que impediam o estacionamento num espaço público nas proximidades da residência do alegado homicida.

João de Castro Loureiro é acusado de ter disparado os dois tiros que provocaram a morte do autarca.

Os pais de Miguel Madeira avançaram também com um pedido de indemnização no valor de mais de 120 mil euros.

O processo arrola um total de 19 testemunhas, sendo seis de acusação pública, quatro de defesa e nove relacionadas com o pedido cível deduzido pelos familiares da vítima.


O arguido disse hoje ao colectivo de juízes, presidido por Heitor Osório, que o local onde foi criado o estacionamento público lhe pertencia, falando numa alegada troca de terrenos efectuada em tempos com um antigo presidente de junta, já falecido.

"Aquele aparcamento foi mandado fazer pelo senhor Alfredo Torres em troca de outro terreno para a abertura de uma rua. Era só para mim, era um aparcamento privado", contou.

A acusação refere que o arguido agiu "livre e conscientemente" e que efectuou dois disparos de caçadeira - que provocaram a morte a Miguel Madeira - "com absoluta indiferença pelos valores da vida humana".

Durante o interrogatório, que durou cerca de meia hora, o arguido disse ao tribunal que na manhã daquele dia estava na cama e foi a sua mulher quem o chamou, dando-lhe conta das intenções do presidente da junta de freguesia de retirar as pedras e os vasos do estacionamento que pretendia devolver à utilização pública.

Castro Loureiro relatou que abordou o autarca dizendo-lhe para não retirar nada do local já que a área de estacionamento lhe pertencia, recebendo como resposta: "Quem manda aqui sou eu". Dirigiu-se então ao interior da sua residência e pegou na caçadeira "para lhe meter medo e ver se ele se ia embora".

"Disse-lhe para se ir embora, mas como me enervei, disparei sobre ele. Não era para o matar, era para ver se lhe metia medo e se ele se ia embora", afirmou em tribunal. Contou que na altura dos disparos o autarca estava no interior de uma viatura, a pouca distância da sua residência "a mexer numas coisas no seu interior". Ao aproximar-se disse-lhe: "Deixe ficar as pedras e vá-se embora, mas ele respondeu que quem manda aqui sou eu", relatou.

Depois disso, contou que abandonou o local, pensando que não tinha morto Miguel Madeira, dirigiu-se para a sua casa, limpou a arma e ali ficou até que as autoridades o detiveram.

O arguido afirmou ainda que "o desentendimento" por causa dos lugares de estacionamento "só foi com este presidente [Miguel Madeira]".

Mesmo depois de ter recebido uma carta da junta de freguesia onde era solicitado que procedesse à retirada das pedras e dos vasos de flores, João Loureiro afirmou que "não autorizava que ninguém retirasse as pedras e os vasos".


Após o depoimento do arguido, o tribunal ouviu o da mulher, Amália Loureiro, na qualidade de testemunha, que confirmou ter chamado o marido no momento em que Miguel Madeira e os funcionários da junta de Vila Franca das Naves tencionavam remover as pedras e vasos com flores.

Justificou que alertou o arguido porque o terreno lhes pertencia, acrescentando que o estacionamento foi efectuado numa troca, quando "a Câmara de Trancoso e a Junta abriram uma rua no terreno em 1992". Contou ainda que não ouviu os dois disparos efectuados pelo marido porque "estava no interior" da sua habitação.

Seguiu-se a audição de uma testemunha de acusação, Manuel Alves Vaz, funcionário da junta de Vila Franca das Naves, que disse ter ouvido Amália Loureiro a incitar o marido a matar o autarca.

No entanto, no momento em que a testemunha afirmou que a mulher do arguido estava no local, Amália Loureiro, que se encontrava na sala de audiências, no banco das testemunhas já inquiridas, chamou-lhe "mentiroso".

Perante isto, o juiz Heitor Osório ordenou a expulsão de Amália Loureiro da sala de audiências.

Durante a tarde continuou a audição de mais testemunhas.

PortaldeTrancoso/SIC/Lusa

in Portal de Trancoso - ver notícia


Tribunal de Trancoso realizou o julgamento numa única sessão
Sentença do alegado homicida de Miguel Madeira marcada para 6 de Novembro
Numa única sessão do julgamento do suspeito da morte de Miguel Madeira, presidente da Junta de Vila Franca das Naves, realizada na segunda-feira dia 16 de Outubro, o Tribunal de Trancoso ouviu todas as testemunhas arroladas no processo e as alegações finais deste caso, que senta João de Castro Loureiro, um ex-emigrante de 68 anos, no banco dos réus.
No final da sessão, o colectivo de juízes presidido por Heitor Osório, marcou a leitura do acórdão para as 17 horas do dia 6 de Novembro.
O ex-emigrante de 68 anos, residente em Vila Franca das Naves, está acusado dos crimes de homicídio qualificado (que tem uma moldura penal de 12 a 25 anos de prisão) e um crime de posse ilegal de arma (sujeito a pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias).
O caso remonta a 27 de Setembro de 2005, quando Miguel Madeira no desempenho das suas funções de autarca, acompanhado por três funcionários da Junta de Freguesia se deslocou junto da residência do arguido com o objectivo de retirar umas pedras e vasos de flores que impediam o estacionamento.
Durante as alegações finais, o Procurador da República, Augusto Isidoro, e o advogado que representou os familiares da vítima, Manuel Baptista Rodrigues, pediram ao Tribunal que aplicasse uma “pena exemplar” pelo crime de homicídio qualificado.
Augusto Isidoro defendeu uma pena que se ajustasse “acima da média entre os valores que vêm sendo admitidos”, considerando que a justiça “confronta-se com a necessidade de trazer este cidadão à razão”. “O arguido precisa de reformar a sua escala de valores e ajustar-se à sociedade”, defendeu.
“Mal, reagiria a sociedade, se daqui não saísse uma pena exemplar”, disse por seu lado o advogado Manuel Baptista Rodrigues, argumentando que durante o julgamento “o arguido não assumiu nem revelou arrependimento”. “Não revelou arrependimento, não confessou, quis ludibriar o Tribunal com uma confissão parcial e distorcida, dizendo apenas que disparou nervosamente”, disse.
O advogado afirmou que João de Castro Loureiro cometeu um crime “que revoltou a sociedade” e que o arguido “mostrou desprezo pela vida humana, por um motivo fútil e desproporcionado”.
Já o advogado do arguido, Aníbal Pereira, defendeu que o ex-emigrante seja condenado como autor material de um crime de homicídio simples e absolvido do crime de detenção ilegal de arma, rejeitando que ele não tenha confessado o crime. “O arguido fez uma confissão integral e sem reservas dos factos. Não me parece que do comportamento do arguido nesta audiência leve a concluir que este homem é um monstro”, disse, alegando que João de Castro Loureiro efectuou os disparos “depois de ter discutido com a vítima”.
No entanto, considera que o presidente da Junta de Vila Franca das Naves “não se muniu, como devia, de um mandado judicial”. “Quem, efectivamente, tinha ordens e poderes para entrar ali e retirar as pedras, era o Tribunal”, considerou Aníbal Pereira, acrescentando que a intenção de matar do seu cliente não é clara, porque o arguido entendeu sempre que estava a defender uma coisa que lhe pertencia.
Ex-emigrante diz que
disparou só para assustar

O suspeito negou em Tribunal qualquer intenção de matar o autarca, afirmando que apenas o queria assustar quando disparou a caçadeira. João de Castro Loureiro disse ao Colectivo de juízes, que o local onde foi criado o estacionamento público lhe pertencia, falando numa alegada troca de terrenos efectuada em tempos com um antigo presidente de Junta, já falecido. “Aquele aparcamento foi mandado fazer pelo senhor Alfredo Torres em troca de outro terreno para a abertura de uma rua. Era só para mim, era um aparcamento privado”, explicou.
A acusação refere que o arguido agiu “livre e conscientemente” e efectuou dois disparos de caçadeira “com absoluta indiferença pelos valores da vida humana”.
Durante o interrogatório o arguido disse que na manhã daquele dia estava na cama e foi a mulher que o chamou dando-lhe conta das intenções do presidente da Junta de Freguesia de retirar as pedras e os vasos do estacionamento que pretendia devolver à utilização pública. Relatou que ainda abordou o autarca dizendo-lhe para não retirar nada do local visto a área de estacionamento lhe pertencer, recebendo como resposta: “quem manda aqui sou eu”. Dirigiu-se então ao interior da sua residência e pegou na caçadeira “para lhe meter medo e ver se ele se ia embora”.
“Disse-lhe para se ir embora, mas como me enervei, disparei sobre ele. Não era para o matar, era para ver se lhe metia medo e se ele se ia embora”, afirmou em Tribunal, acrescentando que na altura dos disparos o autarca estava no interior de uma viatura, a pouca distância da sua residência “a mexer numas coisas”. Depois disso, contou que abandonou o local, pensando que não tinha morto Miguel Madeira, dirigiu-se para a sua casa, limpou a arma e ali ficou até que foi detido.
Após o depoimento do arguido, o Tribunal ouviu o da mulher, Amália Loureiro, na qualidade de testemunha, que confirmou ter chamado o marido que se encontrava na cama, no momento em que Miguel Madeira e os funcionários da Junta tencionavam remover as pedras e vasos com flores. Justificou que alertou o arguido porque o terreno lhes pertencia, acrescentando que o estacionamento foi efectuado numa troca, quando “a Câmara de Trancoso e a Junta abriram uma rua em 1992”.
Contou ainda que não ouviu os dois disparos efectuados pelo marido porque “estava no interior” da sua casa.
Seguiu-se a audição de uma testemunha de acusação, Manuel Alves Vaz, funcionário da Junta de Vila Franca das Naves, que disse ter ouvido Amália Loureiro a incitar o marido a “matar” o autarca. No entanto, no momento em que a testemunha afirmou que a mulher do arguido estava no local, Amália Loureiro, que se encontrava no banco das testemunhas já inquiridas, chamou-lhe “mentiroso”. Perante isto, o juiz Heitor Osório, ordenou a sua expulsão da Sala de Audiências.
Das várias testemunhas de acusação, destaca-se o depoimento de Fernando Gomes, funcionário da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves, que contou que, na altura em que o caso ocorreu, o arguido se aproximou da carrinha onde estava o presidente da Junta e disparou o primeiro tiro.
“O senhor João seguiu em direcção à carrinha, contornou-a, chegou ao pé do Miguel e deu um tiro. Passado um bocadinho, levantou a arma e deu-lhe outro tiro”, relatou. “Quando deu os tiros, baixou a arma e seguiu”, acrescentou, adiantando que não houve troca de palavras entre o arguido e a vítima. Também foi ouvida a actual presidente de Junta de Freguesia, Adelina Vaz, tesoureira na altura do crime, segundo a qual “nunca houve nada que indiciasse conflitos” entre a vítima e o arguido, acrescentando que a decisão de proceder à limpeza do estacionamento foi deliberada pela Junta “e comunicada às pessoas”.
Refira-se ainda que o julgamento esteve rodeado de fortes medidas de segurança. A GNR revistou todas as pessoas que entraram na Sala de Audiências e utilizou um detector de metais.

in Jornal A Guarda - ver notícia


Trancoso: suspeito do homicídio de autarca nega intenção de matar
O suspeito do homicídio do presidente da junta de Vila Franca das Naves negou hoje em tribunal qualquer intenção de matar o autarca, afirmando que apenas o queria assustar quando disparou a caçadeira.

João de Castro Loureiro, um ex-emigrante de 68 anos residente em Vila Franca das Naves, começou hoje de manhã a ser julgado no tribunal de Trancoso pelos crimes de homicídio qualificado e de posse de arma proibida.

Os factos remontam a 27 de Setembro de 2005 quando, pelas 08h30, o autarca Miguel Madeira, acompanhado por três funcionários da junta de freguesia, se deslocou à residência do arguido com o objectivo de retirar pedras e vasos de flores que impediam o estacionamento.

O arguido disse hoje ao colectivo de juízes, presidido por Heitor Osório, que o local onde foi criado o estacionamento público lhe pertencia, falando numa alegada troca de terrenos efectuada em tempos com um antigo presidente de junta, já falecido.

"Aquele aparcamento foi mandado fazer pelo senhor Alfredo Torres em troca de outro terreno para a abertura de uma rua. Era só para mim, era um aparcamento privado", contou.

A acusação refere que o arguido agiu "livre e conscientemente" e que efectuou dois disparos de caçadeira - que provocaram a morte a Miguel Madeira - "com absoluta indiferença pelos valores da vida humana".

Durante o interrogatório, que durou cerca de meia hora, o arguido disse ao tribunal que na manhã daquele dia estava na cama e foi a sua mulher quem o chamou, dando-lhe conta das intenções do presidente da junta de freguesia de retirar as pedras e os vasos do estacionamento que pretendia devolver à utilização pública.

Castro Loureiro relatou que abordou o autarca dizendo-lhe para não retirar nada do local já que a área de estacionamento lhe pertencia, recebendo como resposta: "Quem manda aqui sou eu". Dirigiu-se então ao interior da sua residência e pegou na caçadeira "para lhe meter medo e ver se ele se ia embora".

"Disse-lhe para se ir embora, mas como me enervei, disparei sobre ele. Não era para o matar, era para ver se lhe metia medo e se ele se ia embora", afirmou em tribunal. Contou que na altura dos disparos o autarca estava no interior de uma viatura, a pouca distância da sua residência "a mexer numas coisas no seu interior". Ao aproximar-se disse-lhe: "Deixe ficar as pedras e vá-se embora, mas ele respondeu que quem manda aqui sou eu", relatou.

Depois disso, contou que abandonou o local, pensando que não tinha morto Miguel Madeira, dirigiu-se para a sua casa, limpou a arma e ali ficou até que as autoridades o detiveram.

O arguido afirmou ainda que "o desentendimento" por causa dos lugares de estacionamento "só foi com este presidente [Miguel Madeira]".

Mesmo depois de ter recebido uma carta da junta de freguesia onde era solicitado que procedesse à retirada das pedras e dos vasos de flores, João Loureiro afirmou que "não autorizava que ninguém retirasse as pedras e os vasos".

Testemunha diz que mulher incitou o arguido a matar o autarca

Após o depoimento do arguido, o tribunal ouviu o da mulher, Amália Loureiro, na qualidade de testemunha, que confirmou ter chamado o marido no momento em que Miguel Madeira e os funcionários da junta de Vila Franca das Naves tencionavam remover as pedras e vasos com flores.

Justificou que alertou o arguido porque o terreno lhes pertencia, acrescentando que o estacionamento foi efectuado numa troca, quando "a Câmara de Trancoso e a Junta abriram uma rua no terreno em 1992". Contou ainda que não ouviu os dois disparos efectuados pelo marido porque "estava no interior" da sua habitação.

Seguiu-se a audição de uma testemunha de acusação, Manuel Alves Vaz, funcionário da junta de Vila Franca das Naves, que disse ter ouvido Amália Loureiro a incitar o marido a matar o autarca.

No entanto, no momento em que a testemunha afirmou que a mulher do arguido estava no local, Amália Loureiro, que se encontrava na sala de audiências, no banco das testemunhas já inquiridas, chamou-lhe "mentiroso".

Perante isto, o juiz Heitor Osório ordenou a expulsão de Amália Loureiro da sala de audiências.

O julgamento, que foi suspenso para almoço por volta das 12h00 e que recomeçará às 14h00, está a ser realizado sob fortes medidas de segurança.

A GNR, que disponibilizou um forte dispositivo policial, revista todas as pessoas que se encaminham para a sala de audiências com um detector de metais.

in Rádio Elmo - ver notícia


Presidente da junta de Vila Franca das Naves
Suspeito da morte de autarca começa hoje a ser julgado no Tribunal de Trancoso
16.10.2006 - 08h58 Gustavo Brás (PÚBLICO)

Está agendado para esta manhã, no Tribunal de Trancoso, o início do julgamento do presumível homicida de Miguel Madeira, presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves.

No banco dos réus senta-se um ex-emigrante de 60 anos, acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado e detenção ilegal de arma.

O arguido, que está detido preventivamente no Estabelecimento Prisional da Guarda, incorre numa pena de prisão que pode ir dos 12 aos 25 anos. Os pais de Miguel Madeira avançaram também com um pedido de indemnização no valor de mais de 120 mil euros.

O homicídio do autarca, de 37 anos, ocorreu na manhã de 27 de Setembro do ano passado quando se encontrava em funções autárquicas, a proceder à remoção de umas pedras que impediam o estacionamento num espaço público nas proximidades da residência do alegado homicida.

Inicialmente, a mulher do detido ainda chegou a ser acusada da co-autoria do crime, mas o Ministério Público considerou não haver elementos suficientes que fundamentassem a acusação e arquivou o processo, tendo sido agora indicada como uma das quatro testemunhas de defesa.

De acordo com a acusação, o ex-emigrante "actuou motivado pelos desentendimentos que, há já algum tempo, vinha despoletando com a junta de freguesia e, mais especificamente, com Miguel Madeira", porque "entendia que a faixa de terreno contígua à sua casa, na Rua da Indústria, era sua e não da autarquia", tendo, por isso, colocado pedras e vasos naquele local.

Como as diversas notificações efectuadas pela autarquia não demoveram o casal, no dia 27 de Setembro, pelas 8h30, o presidente e três trabalhadores da junta deslocaram-se à Rua da Indústria. Quando se preparavam para dar início aos trabalhos de limpeza do espaço foram interrompidos pela mulher do arguido que, abeirando-se da porta da sua residência, disse a Miguel Madeira para não serem retiradas as pedras e os vasos, alegando que o espaço lhe pertencia.

Mas como não foi tido em conta o que tinha acabado de dizer, entrou em casa para informar o marido, que se dirigiu depois ao autarca reivindicando a propriedade daquela faixa de terreno. Na sequência desta troca de palavras, o arguido voltou a entrar em casa e, pouco tempo depois, saiu empunhando uma espingarda de caça.

Entretanto, Miguel Madeira foi estacionar o carro a cerca de vinte metros de distância para permitir que os três trabalhadores avançassem com o tractor agrícola. O autarca permaneceu sentado no banco do condutor, enquanto efectuava uma chamada para o posto da GNR, a solicitar a presença de agentes no local, quando foi atingido com dois tiros na zona abdominal e torácica.

in Público - ver notícia


Morte de presidente de Junta em Tribunal
O presumível homicida do presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves começou, esta segunda-feira, a ser julgado. O suspeito chegou ao Tribunal de Trancoso às 10:35. O edifício do Tribunal está rodeado de um forte dispositivo policial assegurado pela GNR. Todas as pessoas que se dirigiam para a sala de audiência foram revistadas pela GNR, que usou um detector de metais.

Para assistir ao julgamento do suspeito da morte de Miguel Madeira, que será presidido pelo juiz Heitor Osório, estão muitos habitantes de Vila Franca das Naves.

João Castro Loureiro, um ex-emigrante de 60 anos, senta-se no banco dos réus acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado (que tem uma moldura penal de entre 12 e 25 anos de prisão) e um crime de posse ilegal de armas (sujeito a pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias).

O homicídio do autarca Miguel Madeira, de 37 anos, ocorreu a 27 de Setembro do ano passado, quando a vítima se encontrava em funções, a proceder à remoção de umas pedras que impediam o estacionamento num espaço público nas proximidades da residência do alegado homicida.

Esta segunda-feira, o alegado homicida disse em tribunal que, quando atirou, não teve intenção de matar, mas apenas assustar o autarca.

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