sexta-feira, julho 02, 2010

A anarquia no Ministério da Educação e a fusão de Agrupamentos de Escolas nas notícias - XVII

Professores, funcionários e encarregados de educação contra mega agrupamento

Professores, funcionários e encarregados de educação de Campo Maior estão a promover um abaixo assinado contra a criação de um mega agrupamento escolar naquele concelho, um protesto que é desvalorizado pelo director regional de Educação do Alentejo.

A contestação surge na sequência da decisão do Ministério da Educação de fundir os agrupamentos escolares.

“Não fomos ouvidos neste processo, esta medida não está correta”, disse hoje à Lusa José Júlio Cabaceira, docente e membro da Comissão de Defesa do Actual Agrupamento de Escolas de Campo Maior.

“Esta medida vem afastar a relação de proximidade que existe entre os professores, alunos, funcionários da escola e encarregados de educação”, acrescentou.

Contactado pela Lusa, o director Regional de Educação do Alentejo, José Verdasca, desvalorizou o protesto e sublinhou que a entrada em funcionamento de um mega agrupamento escolar mereceu a “concordância” dos directores das escolas de Campo Maior e ainda do conselho municipal de educação.

“Todos contactos naturais no âmbito desse processo foram desenvolvidos com ambos os directores das escolas e com o conselho municipal de educação. Os directores, enquanto responsáveis, estiveram sempre envolvidos e em concordância plena, bem como o conselho municipal de educação”, disse.

O agrupamento de escolas de Campo Maior é composto por cerca de 800 alunos. Com a criação do mega agrupamento, juntar-se-ão os professores, funcionários e alunos da escola secundária de Campo Maior.

“Tudo junto dá cerca de 1600 alunos, professores e funcionários a dobrar. Por isso não pode ser feito assim desta forma sem haver um debate”, frisou José Júlio Cabaceira.

“Com esta medida vai haver redução de pessoal docente contratado e a redução de pessoal auxiliar e administrativo contratado. Esta situação vai permitir uma maior mobilidade no pessoal, situação que não vai trazer qualidade ao ensino”, sustentou.

Para o docente, a medida tem como objectivo a “redução de custos” e “ultrapassa o que era razoável em termos do funcionamento de uma escola de proximidade pedagógica”.

Para tentar travar o processo, a Comissão de Defesa do Actual Agrupamento de Escolas de Campo Maior já enviou aos diversos grupos parlamentares da Assembleia da Republica (AR) uma carta onde expressa as suas preocupações.

No que diz respeito ao abaixo assinado, após reunir um número “considerável” de assinaturas, o mesmo será enviado para o Ministério da Educação.

José Júlio Cabaceira revelou ainda que a comissão solicitou uma reunião com o director Regional de Educação do Alentejo para debater este caso, mas a data para o encontro ainda “não foi estabelecida”.

Confrontado com esta situação, o director Regional de Educação do Alentejo garantiu que “desconhece” qualquer pedido de reunião por parte da Comissão de Defesa do Actual Agrupamento de Escolas de Campo Maior para debater este assunto.

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