Concentração de escolas torna crianças vulneráveis
Pedopsiquiatra do Centro Hospitalar acusa o aumento de casos de crianças em acompanhamento provocado por factores relacionados com a deslocação para escolas com maior número de alunos, de diferentes idades
A concentração de escolas e a transferência de crianças de estabelecimentos de ensino localizados em meios rurais para o meio urbano, onde a escola é frequentada por alunos de várias idades, está a provocar um aumento no número de casos em acompanhamento de pedopsiquiatria.
A constatação foi feita por Elisa Vieira, a única profissional pedopsiquiatra do Centro Hospitalar do Nordeste que, desde há 15 anos, faz o acompanhamento das crianças do distrito de Bragança e até de alguns concelhos limítrofes do distrito de Vila Real, durante uma conferência sobre a temática, promovida pelo Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros.
A profissional considera que o fenómeno da concentração de alunos está a fazer com que muitas crianças fiquem desprotegidas ao estarem longe da família, tornando-se mais vulneráveis pela perda de “factores protectores”. “Uma criança que venha de uma aldeia recôndita tem de sair de casa de madrugada para chegar à escola onde há imensos alunos de diferentes idades. Essa criança não fica bem”, apontou Elisa Vieira.
Embora seja justificado que as crianças não se encontram no recinto escolar, porque os intervalos não são coincidentes, a profissional questiona se tal não acontece durante a hora da refeição.
Outra das situações que preocupa a pedopsiquiatra e que foi constatado por ela própria é o caso das crianças que chegam à escola e têm de aguardar na rua pela abertura do estabelecimento.
“Eu própria constatei que muitos alunos chegavam e ficavam ali isolados à espera que a porta abrisse. São crianças que estão vulneráveis”, contou.
Tudo isto tem resultado num aumento do número de casos de crianças que chegam à unidade de Pedopsiquiatria com alterações de comportamento, inibições intelectuais, dificuldades de aprendizagem, e medos.
Elisa Vieira considera que seria mais positivo que as crianças permanecessem nas escolas primárias da localidade, mesmo nos casos em que há menos de 21 alunos: “é sempre suficiente porque existe uma professora, existe uma auxiliar de educação e outros profissionais que podem ajudar a criança a superar as suas dificuldades, mesmo as afectivas, porque nas aldeias há sempre a família alargada e o afastamento da família é superado”.
A opinião é partilhada por vários pais e professores que se têm manifestado contra a fusão de escolas e que vêem com muita preocupação o convívio entre crianças com tanta diferença de idade.
Pedopsiquiatra do Centro Hospitalar acusa o aumento de casos de crianças em acompanhamento provocado por factores relacionados com a deslocação para escolas com maior número de alunos, de diferentes idades
A concentração de escolas e a transferência de crianças de estabelecimentos de ensino localizados em meios rurais para o meio urbano, onde a escola é frequentada por alunos de várias idades, está a provocar um aumento no número de casos em acompanhamento de pedopsiquiatria.
A constatação foi feita por Elisa Vieira, a única profissional pedopsiquiatra do Centro Hospitalar do Nordeste que, desde há 15 anos, faz o acompanhamento das crianças do distrito de Bragança e até de alguns concelhos limítrofes do distrito de Vila Real, durante uma conferência sobre a temática, promovida pelo Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros.
A profissional considera que o fenómeno da concentração de alunos está a fazer com que muitas crianças fiquem desprotegidas ao estarem longe da família, tornando-se mais vulneráveis pela perda de “factores protectores”. “Uma criança que venha de uma aldeia recôndita tem de sair de casa de madrugada para chegar à escola onde há imensos alunos de diferentes idades. Essa criança não fica bem”, apontou Elisa Vieira.
Embora seja justificado que as crianças não se encontram no recinto escolar, porque os intervalos não são coincidentes, a profissional questiona se tal não acontece durante a hora da refeição.
Outra das situações que preocupa a pedopsiquiatra e que foi constatado por ela própria é o caso das crianças que chegam à escola e têm de aguardar na rua pela abertura do estabelecimento.
“Eu própria constatei que muitos alunos chegavam e ficavam ali isolados à espera que a porta abrisse. São crianças que estão vulneráveis”, contou.
Tudo isto tem resultado num aumento do número de casos de crianças que chegam à unidade de Pedopsiquiatria com alterações de comportamento, inibições intelectuais, dificuldades de aprendizagem, e medos.
Elisa Vieira considera que seria mais positivo que as crianças permanecessem nas escolas primárias da localidade, mesmo nos casos em que há menos de 21 alunos: “é sempre suficiente porque existe uma professora, existe uma auxiliar de educação e outros profissionais que podem ajudar a criança a superar as suas dificuldades, mesmo as afectivas, porque nas aldeias há sempre a família alargada e o afastamento da família é superado”.
A opinião é partilhada por vários pais e professores que se têm manifestado contra a fusão de escolas e que vêem com muita preocupação o convívio entre crianças com tanta diferença de idade.
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