terça-feira, junho 29, 2010

A anarquia no Ministério da Educação e a fusão de Agrupamentos de Escolas nas notícias - XI

Lousã
Comunidade educativa lotou Assembleia Municipal

«Uma imagem vale mais do que mil palavras. Desde que sou elemento da Assembleia Municipal nunca aconteceu ter esta sala tão cheia e por si só, mostra que toda a comunidade educativa está preocupada». Palavras do social-democrata Miguel de Matos, que ilustram bem o inédito da última Assembleia Municipal da Lousã. De facto, ontem ao fim da tarde, além do executivo e dos deputados municipais, marcaram presença professores, pais e encarregados de educação, que em massa, decidiram mostrar o seu protesto face à reorganização da rede escolar ditada pelo Governo.

Em representação da comunidade educativa, o presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas da Lousã, José Vítor, dirigiu-se à Assembleia, contando que «há cerca de três semanas, tivemos uma reunião com a senhora directora regional da Educação, nessa altura foram colocadas em cima da mesa três propostas, que deveriam ser equacionadas, foi perguntada a opinião pessoal, e ficámos de a breve prazo, transmitir qual seria a proposta aceite pelos conselhos gerais». O problema, surgiu quando, segundo José Vítor, «passados 15 dias fomos chamados novamente e nem sequer perguntou qual era a nossa proposta apenas transmitiu que tinha saído a resolução 44/2010, que acabava com os agrupamentos horizontais». José Vítor rematou que tal medida é impraticável na Lousã.

Assembleia repudiou mega-agrupamento

Posto isto, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Carvalho, assumiu-se em «inteira consonância» com a comunidade educativa e anunciou que teve ainda ontem uma reunião com a directora regional da Educação onde esse assunto foi discutido, tendo o autarca afirmado que «este ano não é de forma alguma para mexermos nestes assuntos e só estaríamos disponíveis para conversar sobre este assunto quando a nova escola estiver terminada e o mesmo lhe disse [à directora regional] relativamente ao encerramento das escolas com menos de 21 alunos». Terminou esclarecendo que «a nossa posição é exactamente aquela que o senhor Vítor apresentou aqui: não concordamos com estes mega agrupamentos». O presidente da Assembleia Municipal, Amândio Torres, garantiu que aquele órgão estará atento a esta situação e e as bancadas PS, PSD, e BE mostraram a sua oposição à resolução do conselho de ministros. Por proposta do PSD, os líderes das três bancadas assinaram uma moção em que afirmam que «a Assembleia Municipal vem repudiar a criação dos mega-agrupamentos enquanto a nova escola não estiver concluída».

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